domingo, 18 de março de 2012

Ao toque do teclado, ao aroma do café


(Notas de/para um jornalista)

Televisão no mudo, o bom e velho PC da Intel de 2006 e seus 256 Megabytes de memória, um dia com clima bem ameno e uma caneca com café ao lado do monitor. Um dia bem interessante para escrever, tentar digitar sem olhar para o teclado do computador. Mais cedo, arrumando as coisas no meu quarto, encontrei esquecida, embaixo da minha cama, uma Olivetti Lettera 25. Meu Deus! Como essa manhã de domingo, o último do verão, aniversário da minha irmã – nada a ver com o texto, mas tudo bem – está me fazendo tão jornalista. Dizem que profissionais da comunicação preferem o frio, bebidas quentes, filmes antigos e músicas reflexivas. A caneca é porque gosto, mas já vi que isso é um clichê de filmes com repórteres. Isso me lembra as redações.

Fico imaginando como devia ser difícil, bater com todos os dedos numa máquina de escrever e aquela sequência A-S-D-F-G-ESPAÇO que se aprendia nos cursos de datilografia. Então penso: Os primeiros teclados sofreram muito por causa da força com que eram tocados – pausa para um gole de café, abraço de parabéns na minha irmã.

Agora comecei a escrever em fontes serigrafadas, espaçamento 1,5. Sempre achei que isso era bobagem, mas se os especialistas dizem que é melhor para ler, então que seja. Olha eu seguindo o protocolo!

Não sei se há um manual para ser um jornalista clichê, ou, se for um jornalista diferente, sofrerei algum tipo de bulling. O fato é que vejo coisas diferentes a todo o momento, como se a bipolaridade afetasse não só a mim, mas a todos que desejam segurar um microfone, chamando a atenção de todos que estão passando. E mais: junto com a caneca de café, devo combinar um pão de queijo, uns biscoitos tipo maisena ou o bom e velho café, sozinho com as letras aparecendo no monitor, já é o bastante?

Três parágrafos – iniciando o quarto – e num disse nada! Esse é meu medo: escrever e achar que o volume faz o tanto. Só queria dizer que esse estilo de vida é tão misterioso e ao mesmo tempo, tão escancarado, que chega a confundir. Mas se pararmos pensar é isso mesmo. Não temos certeza. Se fosse pra ser exato, teria continuado na engenharia!

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